quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Duas Versões da Árvore da Vida

Ao pesquisar sobre a Árvore da Vida, é muito provável que você se depare com diferentes formatos e diferentes explicações sobre sua referida aparência afirmando que a mesma é correta. E todas estão certas!

A Árvore da Vida, enquanto símbolo inexistia na Kabbalah Judaica até bem pouco tempo atrás, tipo menos de 40 anos. A religião judaica, assim como o islamismo, proíbe gravuras que tenham o intento de retratar as coisas divinas e é por isso que você não vai encontrar material antigo que mostre o formato da árvore. Pelo menos não feito por judeus.

Na época do Renascimento, alguns praticantes cristãos de Cabala deram forma a Árvore da Vida e, com isso, o símbolo que conhecemos apareceu.



Entretanto, conforme a Cabala foi sendo adaptada para a religião cristã e, principalmente , os sistemas místicos ocidentais, muitas formas para se representar a mesma foram surgindo. 

Praticamente cada movimento/ordem/religião desenhava a Árvore da Vida de uma forma diferente até que, com o surgimento de grandes autores cabalistas no século 19 , as diferentes formas de se desenhar a Árvore da Vida condensaram-se em duas principais.

A primeira da que vou falar está logo baixo:


Esta forma da Árvore da Vida é a que você vai encontrar em cursos de Kabbalah judaica abertos para não judeus, como os ministrados pelo Kabbalah Centre. Esse símbolo é derivado dos ensinamento do rabino Isaac Luria e, por isso, é chamado de Árvore da Vida Luriânica.

Foi este mesmo formato que foi utilizado por grandes ocultistas como Papus Eliphas Levi . As ordens martinistas e algumas ordens rosa-cruzes o utilizam até hoje em seus ensinamentos.

Já a segunda forma, e a mais popular,  é a abaixo:





Sua popularidade é devida a Ordem Esotérica da Golden Dawn, onde era utilizada exaustivamente. Grandes autores como MacGregor Mathers, A.E. Waite, Dion Fortune, Aleister Crowley, Israel Regardie e Paul Foster Case utilizavam esta versão em seus livros.

Ela é chamada de Árvore da Vida Hermética e é esta a versão que adotarei neste blog.

Mas qual dessas versões é a correta? Ambas são bastante diferentes na posição das sephiroth e dos caminhos. Isso não daria xabu?

A resposta é não. A Árvore da Vida não possui realidade objetiva. Em suma, ela não existe. Ela é um símbolo usado para auxiliar o ser humano em sua evolução espiritual. Ambas as versões, no tocante ao tratamento dos caminhos e das sephitoth estão corretas, pois o que faz o ser humano evoluir espiritualmente não é o estudo dos símbolos e sim do que o símbolo deseja mostrar. E , nisso, ambas são idênticas.

Neste blog , todos os posts serão baseados em material de estudo que leve em consideração a segunda versão da Árvore da Vida e os autores que com ela trabalharam. Se você participa de alguma ordem que use uma versão diferente, mesmo assim terá muito a aproveitar!

A partir do próximo post, vamos mergulhar fundo em cada uma das sephiroth. Até lá!


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