Ao pesquisar sobre a Árvore da Vida, é muito provável
que você se depare com diferentes formatos e diferentes explicações sobre sua
referida aparência afirmando que a mesma é correta. E todas estão certas!
A Árvore da Vida, enquanto símbolo inexistia na
Kabbalah Judaica até bem pouco tempo atrás, tipo menos de 40 anos. A religião
judaica, assim como o islamismo, proíbe gravuras que tenham o intento de
retratar as coisas divinas e é por isso que você não vai encontrar material
antigo que mostre o formato da árvore. Pelo menos não feito por judeus.
Na época do Renascimento, alguns praticantes cristãos
de Cabala deram forma a Árvore da Vida e, com isso, o símbolo que conhecemos
apareceu.
Entretanto, conforme a Cabala foi sendo adaptada
para a religião cristã e, principalmente , os sistemas místicos ocidentais, muitas
formas para se representar a mesma foram surgindo.
Praticamente cada
movimento/ordem/religião desenhava a Árvore da Vida de uma forma diferente até
que, com o surgimento de grandes autores cabalistas no século 19 , as
diferentes formas de se desenhar a Árvore da Vida condensaram-se em duas
principais.
A primeira da que vou falar está logo baixo:
Esta forma da Árvore da Vida é a que você vai
encontrar em cursos de Kabbalah judaica abertos para não judeus, como os ministrados
pelo Kabbalah Centre. Esse símbolo é derivado dos ensinamento do rabino Isaac
Luria e, por isso, é chamado de Árvore da Vida Luriânica.
Foi este mesmo formato que foi utilizado por grandes
ocultistas como Papus e Eliphas Levi . As ordens martinistas e
algumas ordens rosa-cruzes o utilizam até hoje em seus ensinamentos.
Já a segunda forma, e a mais popular, é a abaixo:
Sua popularidade é devida a Ordem Esotérica da
Golden Dawn, onde era utilizada exaustivamente. Grandes autores como MacGregor
Mathers, A.E. Waite, Dion Fortune, Aleister Crowley, Israel Regardie e Paul
Foster Case utilizavam esta versão em seus livros.
Ela é chamada de Árvore da
Vida Hermética e é esta a versão que adotarei neste blog.
Mas qual dessas versões é a correta? Ambas são
bastante diferentes na posição das sephiroth
e dos caminhos. Isso não daria xabu?
A resposta é não. A Árvore da Vida não possui
realidade objetiva. Em suma, ela não existe. Ela é um símbolo usado para auxiliar
o ser humano em sua evolução espiritual. Ambas as versões, no tocante ao
tratamento dos caminhos e das sephitoth
estão corretas, pois o que faz o ser humano evoluir espiritualmente não é o
estudo dos símbolos e sim do que o símbolo deseja mostrar. E , nisso, ambas são
idênticas.
Neste blog , todos os posts serão baseados em
material de estudo que leve em consideração a segunda versão da Árvore da Vida
e os autores que com ela trabalharam. Se você participa de alguma ordem que use
uma versão diferente, mesmo assim terá muito a aproveitar!
A partir do próximo post, vamos mergulhar fundo em
cada uma das sephiroth. Até lá!
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