domingo, 8 de janeiro de 2023

Peh, o Caminho (27) da purgação

 

Peh, o Caminho 27

 

Voltamos a produzir textos para este blog,após cinco anos de ausência,  inspirados devido a uma renovação provocada por uma nova discípula. Provocações e desafios, muitas vezes, são o combustível da evolução espiritual.


 

 

O caminho 27 liga as sephiroth Netzach e Hod, o Pilar da Severidade com o da Misericórdia. Esse caminho, também conhecido no Sepher Yetzirah como “Caminho da Inteligência Ativa” (também no sentido de excitação) forma uma espécie de checkpoint na Arvore da Vida, de véu a ser “rasgado”. Levando-se em conta as esferas de Hod, Netzach e Yesod, temos um triângulo com a ponta voltada para baixo, onde Peh seria um dos lados. Juntas , estas sephiroth formam a tríade da personalidade.


 

Além de ligar nossas emoções (Netzach) com nossa razão (Hod), este caminho traz uma ideia de equilíbrio entre essas forças, que não são necessariamente opostas, mas complementares. Ligado as energias representadas no esoterismo pelo planeta Marte, Peh representa que as emoções não precisam ser controladas e , sim , compreendidas. Muito mal pode advir de negarmos nossas emoções, de querermos não sentir tal coisa e sentir outra coisa no lugar. Este caminho representa uma postura ativa diante de nossos sentimentos, mergulhando neles e os compreendendo, conhecendo suas causas e consequência. Aceitando nossas emoções como parte de nós, começaremos a trabalhar de fato por uma melhora das mesmas.

Mas o que acontece quando negamos nossos sentimentos ou, pior, permitimos que eles fiquem desequilibrados em relação a razão e dominem nossas decisões? E o contrário, quando somos guiados por uma pretensa racionalidade e negamos nossas emoções?

Acontece isso:


 

 

Peh é o caminho atribuído ao arcano 16 do Taro chamado de “A Torre” ou de “ A Casa de Deus”.


 

 

É a destruição da torre construída como objeto de vaidade, de adoração a um falso deus(o Ego). Conforme você vai se aproximando da Verdade, as mentiras de sua vida caem. E este processo é doloroso. Apegamo-nos as mentiras, principalmente aquelas que nos mesmos criamos sobre nós, as doces ilusões criadas para sustentar nosso Ego perante este mundo cruel. Tal qual o raio que destrói a Torre, tais ilusões são destruídas.


 

Na Bíblia existe a história da Torre de Babel, construída por homens que ousaram chegar mais perto de Deus. A motivação, o orgulho, faz com que cometemos atos com o intuito de inflar nosso Ego. Quem já não conheceu um homem ou uma mulher que se encaixe na seguinte história:

Mara amava João. João não a amava, mas mantinha Mara por perto, pois Mara o enchia de elogios, dizia que gostava muito dele e isso fazia João se sentir bem. Mara era apenas mais uma dentre cinco pessoas que João mantinha contato com esse intuito. João não tinha nenhuma intenção de ter algo com nenhuma das duas, mas distribuía migalhas de atenção e carinho para manter elas por perto.

Em primeiro momento, parece que João escraviza essas garotas se aproveitando da carência que elas tem e dos sentimentos que nutrem por ele. E sim, é isso que acontece de fato. Mas João também é escravo: seu Ego o escraviza totalmente e é o centro de sua vida. Um dia, João perceberá quanto tempo perdeu com joguinhos como esse e esqueceu-se do que realmente queria para sua vida e não sabia. Nesse momento, será como o arcano da Torre.

 


Peh significa boca, que é a parte do corpo responsável pela entrada do alimento em nosso ser e também pela saída das palavras de nosso ser (também conta quando você usa um teclado?). Logo , esse caminho ensina o equilíbrio entre aquilo que colocamos para dentro de nós e aquilo que colocamos para fora de nós. Ultimamente, você anda colocando coisas boas para dentro de você, não somente comida, mas é conhecimento aproveitável? E o que coloca para fora? É algo bom? E as partes de sua vida que você deveria retirar de seu ser, as partes podres ou sem utilidade para sua evolução?

Alguns podem se perguntar por que em algumas versões, como no Tarô de Marselha, o arcano 16 é chamado de “A Casa de Deus”. Parte da explicação pode estar na profunda semelhança da letra Peh com a letra Beth, que significa justamente “casa”. Logo, podemos dizer que quando purificamos nosso ser de tudo o que não nos serve e que tudo o que resta dentro de nos( e tudo o que sai e o que entra) é puro, nos tornamos a verdadeira Casa de Deus, nem que para isso seja necessário tomarmos um raio na cabeça para aprender!

Na maçonaria o segundo grau carrega uma espécie de superstição: é o grau onde o maçom sofre muitas tentações e provações - onde muitas coisas dão errado na vida do ir...- para ver se quer continuar o caminho da luz , rumo a P... P... . Isso é tão forte que muitos maçons ficam menos de um ano nesse caminho e depois mal se lembram do grau. Grande erro! Tanto Peh quando o grau 2 da maçonaria simbólica simbolizam o Calcinatio, operação alquímica , onde as impurezas são literalmente queimadas e apenas o que é puro sobra.

Quando você chega perto da Verdade, o que é falso começa a desmoronar e as mentiras começam a serem reveladas!

 

 

 

 

segunda-feira, 2 de janeiro de 2023

A Acídia: uma visão pessoal

 

Escrevi esse texto em 2009. Acredito que ele possa ser útil para algumas pessoas e resolvi mostrar ao mundo. 

Em breve, vou continuar com as postagens a respeito dos caminhos da Arvore da Vida e das Sephiroth.

Existe um defeito capital (ou pecado capital , se preferir) que hoje em dia denominamos de preguiça, mas já foi chamado de melancolia e, originalmente, de acídia. Há que diga que logo a chamaremos de boredom, tédio, mas o nome não faz jus.

 

Relativamente comum àqueles que tem a Lua ou aflita, ou em signos de água, ou que possuem o Sol aflito e em signos de água, a acídia é o primeiro defeito que todos tem que vencer ao se elevar e começar a trilhar os caminhos da Árvore da Vida, pois está ligada , principalmente , a Yesod .

 

Antes, devo deixar claro que acídia não é o mesmo que depressão. Depressão é uma doença que possui causas diversas e seu tratamento deve ser junto a um médico psiquiatra ou a um psicólogo devidamente formado em uma faculdade. Ponto.

 

Ao pensar sobre a acídia, não pude deixar de fazer a ligação com o sentimento de deixar a vida aos sabores do vento, de se ir aonde a vida  levar, sem executar nenhuma ação. Uma fuga (através da tristeza) da responsabilidade. Pior: medo da responsabilidade. E medo de viver. Tristeza, derrotismo e medo.

 

Ao primeiro momento, sem ter antes nenhum contato com a palavra ou seu significado, acídia me pareceu uma preguiça moral. A falta de atitude leva a pessoa a não praticar as virtudes e, consequentemente, ficar sem os dons naturais e sobrenaturais do Espírito. Mas, a medida que meditava o significado do termo, percebi que a acídia instila no ser humano um comportamento derrotista, carregado de fatalismo, no qual o individuo prefere ficar parado, em sua ilusória segurança, do que fazer alguma coisa que pode levá-lo a vida ideal que ele tanto sonha mas que não acredita alcançar.

 

Ora o que causa tal comportamento? Pode ser um problema de natureza social, mas eu não acredito nisso. Em minha opinião, o mal está enraizado na alma do individuo, a qual ele conhece tão pouco.

 

O Pessimismo

 

O materialismo domina a sociedade atual. Há no ser humano um ímpeto para consumir e ser consumido. Para atender as expectativas dos outros. E para ter suas expectativas atendidas também. Muita se deseja, muito se cobiça. Pouco se conhece. Talvez o problema esteja aí: o ser humano tem a ideia de um modelo pessimista da vida, no qual nem tudo pode dar certo e muitas coisas já nascem erradas. Nem vale a pena tentar, dizem muitos. Vai dar errado, não vale o esforço.

 

A visão humana, muitas vezes, carece de esperança. A pessoas não acredita mais nas instituições, nos livros, nos meios de comunicação. Não acredita em sua capacidade de criar, de inventar, de superar dificuldades. Com isso, a tristeza vem. O Homem começa a se acostumar a ser um fraco.

 

Pois a verdadeira força está em acreditar que existe um amanhã. Que o sol vai voltar a nascer e para todos. Já alguém dominado pela tristeza espiritual, vê somente mais um dia igual ao outro, ao outro e ao outro. Melhorar, só na base da sorte. Piorar, é bem mais fácil.

 

Com o pensamento dominado pelo pessimismo, a alma começa a ser corroída.

 

 

A Vida na Escuridão

 

Tendo a alma essa tristeza, é óbvio a pessoa se cercar de outros iguais a ela. Com uma tendência de achar que o mundo está perdido, ela busca pessoas igualmente sombrias, ao invés de ir atrás de um mundo melhor, ou mesmo de uma vida melhor para si.

 

Reclamar e não fazer nada é melhor em grupo. Todo individuo gosta de ser escutado e tem a necessidade de exteriorizar suas emoções. A acídia age como um imã, atraindo pessoas semelhantes e afastando aquelas com um comportamento oposto.

 

Com escuridão por todos os lados, resta ao triste cidadão, a colocação da culpa de seus problemas sobre os ombros dos mais favorecidos pela sorte. Ele não enxerga as possibilidades de deixar sua fraqueza para trás, mesmo se a resposta estiver defronte a ela.

 

O Medo

 

A acídia faz a pessoa ter medo de mudar, pois a mudança pode trazer uma vida pior do que a anterior. Se estiver ruim agora, mas suportável, para que a mudança? Esse pensamento é muito comum.

 

O doente acaba se acostumando com a doença, e passa a ter medo da cura.

 

Mas o medo de mudar pode trazer o tédio e o desespero. As pessoas buscam sempre a evolução, mesmo quando não a acham possível. A estagnação espiritual, leva a pessoas no exagero de outros vícios. Uma pessoa triste, depressiva, pode se entregar de corpo e alma a mais ínfima esperança de amor, de amizade, pois em sua visão esses são bens raros, que não são comuns a ela. Ela não sente amor, mesmo o amor sendo presente em sua vida.

 

Derrotismo

 

A acídia faz com que as pessoas desistam de seus sonhos sem nunca tê-los tentado. Ou tudo é muito difícil, ou a pessoas não tem tempo ou os outros não são justos com ela. O “triste individuo” torna-se especialista em desculpas para justificar seu comportamento.

 

O sentimento de derrota antecipada é mais forte. E a pessoas resolve não dar sequer o primeiro passo, pois não vale a pena. Vai dar errado mesmo.

 

Blasé

 

Hoje em dia, a acídia leva muitas pessoas a um comportamento um tanto que indiferente. Há um clima de tanto faz em relação a política , religião ou mesmo em relação a vida pessoal e familiar. Trata-se de uma leve aversão a vida, que pode fazer com que o individuo caia em um oceano depressivo criado por ele próprio.

 

Ele se recusa a adaptar-se e prefere  conformar-se e a acomodar-se nesse mundo sombrio.

 

Antídoto

 

Temos como antídoto para a acídia o dom da fortaleza. Mas como buscar esse dom? Uma das maneiras, penso eu, é buscar o pensamento positivo, uma atitude mais otimista em relação a vida. É um primeiro passo.

 

Esse passo pode ser somado a uma “limpeza espiritual”, retirando da mente velhos ressentimentos, lembranças de antigas derrotas, teias de tristeza formadas pela falta de esperança.

 

Deve-se focar em ser forte. E ser forte é ser virtuoso.

 

Para tanto, as virtudes que combatem a acídia devem ser reforçadas e instigadas no ser da pessoa. Essas virtudes são a Diligência, ligada a Marte e a Magnanimidade, ligada ao Sol. Esta ultima é a capacidade de brilhar e iluminar os outros ao seu redor através de suas ações.

 

Já a diligência é a capacidade de guiar sua energia interior de forma a produzir de maneira efetivamente produtiva.

 

Nada nos anima mais do que ver os frutos de nossas ações e perceber que eles trazem o bem aos outros.

 

É claro, a própria virtude da Lua, a Humildade, é recomendada. Ser humilde não é ser um pateta ou um coitado, mas se conhecer e não ser nem mais nem menos do que é.

 

Conclusão

 

A acídia poderia ser muito bem o mal do século. Mas sua cura não é impossível. Basta acreditar que o Espírito vence a carne e que a mente é aquilo que nós treinamos ela ser: pode ser um poço de tristezas ou um oceano de alegrias. Nós escolhemos o que colocamos nela. Depende disso: a escolha e a ação referente a essa escolha.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

quarta-feira, 4 de abril de 2018

RESH - o 30° Caminho


Resh – O Caminho da Iluminação

Astro: O Sol

Título: Senhor do Fogo do Mundo

Cores atribuídas: Laranja. Dourado.

Texto no Sepher: "O Trigésimo Caminho é a Inteligência Coletiva e os astrólogos dele deduzem seu julgamento das estrelas e signos, e aperfeiçoam sua ciência de acordo com as regras do movimento das estrelas".

No Tarô: Arcano XIX, O Sol.

Valor(gematria): 200.

Planta: Girassol.

Perfume: olíbano.











Este caminho, poderíamos dizer, é o principal meio de passagem da humanidade atual para uma humanidade espiritualizada. Esqueça as bobagens que você escuta sobre "aumento da qualidade vibratória do planeta que lavará a humanidade, por um portal,  rumo a uma nova era de paz e harmonia, onde a espiritualidade será o foco da vida de todos". Esqueça isso. Estamos no Kali-Yuga e o único meio de sair das trevas e buscar a luz é através de esforço pessoal para:

1. Se entregar nas mãos de seu Eu Verdadeiro/Eu espiritual/SAG e de Deus, o que no final dá na mesma.

2. Polir as arestas morais, sem ser moralista. E entender o que significa "amar ao próximo como a ti mesmo" e " dai a Cesar o que é de César", sem necessariamente ser cristão.

3. Trabalhar (rituais, muitas vezes solitários, e meditação) e estudar, transformando isso em hábito. Vencer o Ego para realizar este tópico é mais difícil do que parece, pois requere determinação e perseverança. Vícios como futebol, redes sociais, pornografia e afins costumam atrapalhar bastante!

4. Entender que, no final, o mundo não é o que parece e se esforçar para continuar sua vida, isso mesmo sua vida normal, tentando levar esse conhecimento para as pessoas. Ou seja, você não vai virar o Neo (vide o filme Matrix), mas vai ser quem você verdadeiramente quer e deve ser e, com isso, melhorar a espiritualidade do planeta. Um grão de areia de cada vez.


Em relação ao estudo, vamos juntos meditar a respeito deste caminho.

O 30° Caminho governa vários fatores formadores da personalidade de alguém, de maneira em especial o signo solar de uma pessoa. O Sol, justamente, é o corpo celeste com ligação a este caminho.  Astrologicamente falando, a “posição” em que o  Sol estava no momento de nascimento da pessoa aponta o caminho de menos resistência para a autor realização(através da casa onde ele se encontra) e que entendemos como “realização pessoal” ( o signo onde ele se encontra). 


Conectando Yesod com Hod, é onde toda a informação coletada por nossos sentidos se equilibra. Resh em hebraico significa “cabeça”. Nossos sentidos coletam muita informação, que é selecionada e interpretada pelo cérebro. Muito coisa fica de fora, as vezes para nosso bem. Não damos importância para muita coisa, e depois nos arrependemos por ter perdido tempo com coisas inúteis ao invés de termos notado o que estava bem abaixo de nossos narizes.


Em muitos livros sagrados, o Sol é o principal símbolo da divindade. É como se uma verdade essencial estivesse escrita neles e, como muitas coisas na vida, aberta para a interpretação de somente alguns. Esses “alguns” seriam os iniciados que enxergam aonde outros apenas veem.  E não dá para enxergar sem luz, não é mesmo? Portanto, o Sol é o símbolo máximo da Luz e da Divindade.

Voltando a parte astrológica, o Sol é regido pelo signo de Leão, que está ligado ao coração(isso mesmo, o órgão físico). Muitos “esquisotéricos” ligam o Sol ao chackra do plexo solar. Isso é um erro, pois o plexo solar é “governado” por Júpiter e o chakra cardíaco pelo Sol.



O centro cardíaco é a parte do ser humano que “recebe” energias espirituais de níveis elevados. Muitas pessoas, quando se referem aos chackras, usam as palavras “aberto” ou “fechado”. Um termo mais apropriado seria “treinado”. Como quando você faz um aquecimento antes de correr ou caminhar sabe? Não fica mais fácil? Por que você acha que ordens solares, como a maçonaria, por exemplo, praticam caridade? E frisam tanto em tópicos como “ajudar o irmão”? Justamente para o membro treinar esse centro cardíaco e, assim, estar mais disposto / receptivo às energias sutis que emanam de “lugares” mais elevados.


Nada é à toa nas escolas de mistério. Alguém notou uma necessidade e bolou uma “tecnologia espiritual” que usa de ritos e rituais para a evolução humana, social (moral) e espiritual. “O que está acima é como o que está abaixo”.

Resh é o caminho da renovação humana, da nova vida, onde não existe mais a antiga pessoa, que agora é mais espiritual do que mundana, mais sagrada do que profana. No tarô, é representada pelo arcano 19, o Sol:


Além da criança montada em um cavalo branco, triunfante, cheia de vida e feliz, temos outro símbolo que chama a atenção: o girassol. Para quem não sabe, o girassol sempre tem suas pétalas voltadas para o Sol. Uma simples interpretação seria a de prestarmos mais atenção no lado iluminado da vida. Sempre teremos problemas e se for esperar eles sumirem para se focar no lado espiritual de sua vida, vai morrer de velho sem conseguir. Também não fique esperando a espiritualidade resolver seus problemas. Não, o importante é focar sua atenção, cair de cabeça (Resh) no lado positivo (não necessariamente “alegrinho”) da vida. Ser espiritual é ser como uma criança para qual a vida é uma aventura onde se descobrem (se joga luz?) novas coisas a todo o momento.





O vicio representado por Resh é o orgulho. Muita gente em ordens iniciáticas acha que “sabe de tudo” e que é superior ao restante da humanidade. Triste engano. Para vencer esse veneno, tem que se treinar a Humildade e a Castidade. Não entenda humilde como “pobre coitadinho pateta” e, sim, como alguém que sabe seus limites, qualidades e defeitos. Alguém que  SE CONHECE.

Da mesma forma, Castidade não é ser virgem , mas sim, ser PURO DE PROPÓSITOS. Se você quer entrar no caminho iniciático para conseguir poder, dinheiro, mulheres e famas, não tem nenhuma pureza de propósitos. Mas se quer entrar para APRENDER E SERVIR A HUMANIDADE, aí sua atitude é casta. O mesmo vale para tudo na vida.

A virtude de Resh é a Magnanimidade. Significa brilhar PARA ILUMINAR E DAR VIDA A TODOS. Igual ao Sol. Compreendeu?

É o caminho da Iluminação , da verdadeira Iniciação, que não depende de ordens ou livros e sim de treino e autoconhecimento. Um esforço não menor do que o empreendido por um ginasta olímpico ou um grande cientista. Talvez até mais difícil.

Aproveitando o ensejo, este simples e humilde blogueiro virou escritor nesse meio tempo em que fiquei sem postagens. Lancei um livro que explica a maçonaria tradicional para não maçons, dá um caminho seguro para os estudos dos  Aprendizes, traz importantes conhecimentos para Companheiros e relembra os Mestres de coisas que eles não deveriam ter esquecido(ou que deveriam ter aprendido).

O nome da obra é “O Essencial da Maçonaria” e pode ser comprada baratinho, em versão ebook, pela Amazon no link :

Tem também uma versão impressa. Ela é mais cara, mas tem a vantagem de ter a opção de pagamento com boleto bancário:
















HOD - O Conhecimento


Hod é a sephira de numero 8. Ela é a representação cabalística do conhecimento, de todas as artes e culturas, da ciência e da magia. Sim, isso mesmo, magia e ciência são a mesma coisa aqui!

A busca pelo conhecimento verdadeiro é o tema de Hod, tanto que sua virtude é a Verdade e seu vicio é a Mentira. A criação d eleis para o controle do caos na sociedade tem aqui sua representação. Logo qualquer tipo de corrupção é um atributo negativo e impede a compreensão desta esfera.



Esta esfera está relacionada ao planeta Mercúrio e ao metal do mesmo nome. Entre as entidades que podem ser relacionadas a Hod, temos tanto os deuses da magia quanto os da escrita e conhecimento: Mercúrio, Hermes, Thoth, Ohgma, entre muitos outros. Podemos dizer que a representação mitológica máxima deste sephira é Hermes Trimegisto, ele próprio um sincretismo e um símbolo da própria magia.


Creio que foi Arthur Clarke que disse que na medida em que a tecnologia avançar, ela vai ser indistinguível do que entendíamos por magia. De fato, estamos vivendo o começo disso nos dias atuais.

A própria definição de magia que apresento aqui é suficientemente aberta: "é a arte de produzir os efeitos desejados, iniciados por mudanças na Consciência, através do direcionamento ou alinhamento com as forças da Natureza ".

Essa "força" tem muitos nomes e níveis, dependendo de que tradição você segue e em qual nivel ou grau você está nesta tradição. Um dos nomes possíveis é Ruach. Esta palavra significa tanto respiração quanto vento, e é um dos nomes dados ao Espírito Santo, a terceira pessoa da Santíssima Trindade no cristianismo. O Espírito Santo é considerado como a fonte da inspiração dos grandes padres e santos, bem como Aquele que deveria guiar a Igreja após a ascensão de Cristo aos céus.

Inspiração é talvez o principal dom atribuído a Hod. Abaixo, temos Ruach escrito em hebraico. Lembre-se de que ele é lido da direita para a esquerda:




A primeira letra é Resh, que tem como um dos significados "a face". Ela tem uma ligação com a parte da frente da cabeça, mais especificamente a testa e o espaço entre as sobrancelhas.

A segunda letra é Vav, que pode ser entendido como "prego" ou "unha". Ela aqui tem a função de ligar/fixar uma coisa a outra. Tal como um prego ou a garra de um animal selvagem(sabe, daquelas que agarram e não soltam!). Aqui, Vav faz a ligação dos atributos de Resh com os de Cheth.



Como mencionei acima, Cheth é a terceira letra, significando "cerca" ou "muro". Está diretamente ligada a função da fala. Lembram-se do ditado " aboca fala daquilo que o coração está cheio?". Não é a toa que a primeira coisa a acontecer aos apóstolos depois da descida do Espírito Santo (Pentecostes) e a habilidade de falar línguas estranhas. E não é estranho igual a balbúrdia(glossolalia). É estranho igual a algo que jamais tiveram conhecimento ou aprendizado. É como se você, do nada, aprendesse a falar russo ou coreano sem jamais ter estudado essa língua. No filme Matrix, temos um exemplo claro desse atributo de Hod, o "eu sei kung fu" dito por Neo ao começar a aprender sobre o universo virtual.

Mentir atrapalha (e muito!) a vida da pessoa. O exercício que proponho no final do texto é o mais difícil que coloquei neste blog até o momento.

E, da mesma forma, Hod simboliza todo o conhecimento esotérico que pode ser aprendido não mediante estudo, mas mediante a experiência da iniciação.

Na maçonaria, Hod está relacionada ao Grau do Companheiro. É chegada a hora do companheiro por em prática o que ele aprendeu enquanto Aprendiz. O estudo das Sete Artes Liberais é parte importante disso mas, de importância igual, é não somente estudar, mas praticar o que se aprende. Cada arte está relacionada a um aspecto da vida do companheiro e, se ele ficar apenas na teoria, estará perdendo seu tempo.

Para se aprofundar nesse estudo, faz-se necessário ir além de Malkuth e se abrir, de corpo e alma, para o influxo de conhecimento divino (Ruach). Por isso diz-se que esse grau está entre a materialidade e a divindade.

Qual o limite do conhecimento que se pode adquirir. É o Infinito, tal qual o numero oito deitado!

Entretanto, o nível de consciência atual não está preparado para compreender o Infinito. Pense bem: se entre os maçons (e os iniciados de outras ordens) já não temos muitos místicos capazes de apreender esse mistério, imagine entre os profanos, mergulhados como estão em seus celulares, seus jogos de futebol e seus reality shows?

É por isso que a realidade se apresenta de forma limitada. E a limitação é a raiz da infelicidade!

Lembram-se do "para tornar feliz a humanidade"?

Os Verdadeiros Iniciados não são aqueles que passaram por um ritual de iniciação. São os indivíduos que aprenderam, através de estudo e prática, a transcender a percepção padrão da realidade mediante a evolução de suas Consciências.

É por isso que temos os itens abaixo para saber como reconhecer um Verdadeiro Iniciado:

1 . Eles entendem o porquê da tristeza ser necessária, e porque o sofrimento não é uma contradição à ideia de que o Universo é bom e tudo Nele evolui.

2. Sem a limitação de sua consciência, o sofrimento aparente é igual ao prazer aparente. Tudo o que é aparente perde a importância frente à busca da Verdade, que já começa a aparecer em seu caminho. A separação entre o universo e eles, e mesmo entre as outras pessoas e eles, começa a se desfazer.

3. Ele se transforma na representação viva dos ensinamentos de sua tradição. Nada de pregar uma coisa e fazer outra. Ele sequer precisa “pregar” o que sabe, pois seu conhecimento é expresso em todas as suas ações e pensamentos.

4. Por terem transcendido as ilusões, eles começam a compreender os mecanismos do universo. Já sabem como exercer controle sobre seus corpos e mentes, e mesmo sobre o meio-ambiente. O caminho do verdadeiro Mestrado se anuncia: o domínio da vida! A verdadeira imortalidade!

Para finalizar sobre Hod, vou citar um conhecido cabalista: "reclamar da miséria, das tristezas e do mal do mundo é pura perda de tempo. Todo mal pode e deve ser transmutado. Destruir o mal é transformar sua aparência maléfica em uma aparência de Bem. Basta que se faça o trabalho!".

E, falando em trabalho, aqui está o exercício:

Experimente ficar 28 dias, um ciclo lunar inteiro, sem falar qualquer tipo de mentira ou fofoca. Isso mesmo, não minta, nem fale mal dos outros e nem espalhe mentiras. Isso vale também para textos da internet. Se conseguir (é realmente muito difícil) verifique sua situação geral ao final do período. O controle da fala é o principal dom de Hod. Uma simples mentira ou fofoca invalida o processo, tendo que você recomeçar a contagem dos dias. Boa sorte!


segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Tzaddi - O 28° Caminho

Tzaddi - O 28° Caminho

O próximo caminho a discutirmos neste espaço é o 28°, representado pela letra hebraica Tzaddi.
Você pode estar estranhando por eu não estar seguindo a ordem "correta", ou seja, decrescente rumo ao caminho de numero 1. Entretanto, nem tudo na Cabala é segundo o que estamos acostumados. Nem todos os caminhos precisam ser percorridos na mesma ordem e dependendo da ordem esotérica que você pertencer ou do autor que você estiver lendo no momento, a própria interpretação da posição destes caminhos pode mudar.




Em verdade, todos os caminhos existem ao mesmo tempo em nossa vida. Vai depender de sua "vibração" atual o quanto você percebe ou acessa dos mesmos. A Arvore da Vida é apenas uma representação construída de forma a facilitar a educação cabalística.
Tenho dito isto, vamos discorrer um pouco!

Tzaddi, traduzido diretamente, significa "anzol", que por sua vez nos leva a pensar em "pescar".
Mas o que queremos pescar??



Tzaddi fala justamente dessa busca por algo ainda não idealizado. É um sentimento de que algo falta, algo precisa acontecer. Em nossa língua, quando falamos que alguém "pescou a ideia" significa que ele entendeu.

Essa letra é justamente isso: entender algo que está a nossa frente mas que necessita de investigação para que, pista após pista, possamos solucionar o quebra-cabeças ao olhar para o mesmo já montado. Resumindo, isso é a Iniciação!

Entretanto, Tzaddi faz um pouco mais do que "pescar" a idéia da iniciação. O anzol seria algo que "prende " a atenção do peixe para depois prender a boca do próprio.

Dominar sua mente, sua atenção, então, seria um dos primeiros passos rumo a iniciação. Uma das ferramentas para isso seria a meditação.

O celebre yogui Patanjali define a meditação como "prender a mente em um objeto particular" . Essa é a idéia. Mas , antes de falarmos de meditação, vamos falar mais das características desse caminho.
Tzaddi é o caminho que purifica as imagens geradas em Yesod. Ela une a imagem masculina de Yesod com a feminina de Netzach, a imaginação com as emoções.



Muitas das atribuições deste caminho dividem os ocultistas. A maioria(Golden Dawn, Paul Foster Case) acredita que esse caminho corresponde ao arcano 17 do Tarot, A Estrela. Outros(como Alester Crowley) , porém, atribuem esse caminho ao arcano 4, O Imperador.  Eu vou me ater a tradição e apresentar A Estrela como a correspondência deste caminho. Ao longo do texto vou dar umas pistas do por que ter escolhido ela.




Como podem ver acima, A Estrela possui 7 estrelas menores que representam os 7 chackras de nosso corpo(chamados também de centros psíquicos por algumas ordens).  

O desenvolvimento desses centros não ocorre da noite para o dia e está ligado a uma alquimia total do ser, envolvendo sua mente , corpos e alma. Cursos como "acorde sua kundalini em uma semana" e  livros como "abra seus chakras em um ano" servem no máximo para causar problemas de saúde no individuo e , no mínimo, para arrancar um pouco de seu suado dinheiro. Não existe evolução espiritual sem uma evolução moral primeiro, e tampouco existe uma mente separada de um corpo. Quando você evolui, evolui por inteiro. Um mestre dos magos que seja obeso, fumante, viciado em drogas ou em sexo, falador e com um ego do tamanho do mundo é uma das coisas mais comuns a ser encontrada nos meios esotéricos(bem, talvez não com todos esses defeitos ao mesmo tempo...)e nas ordens ditas discretas. Não passam de mestres de tolos! Se quiser encontrar um mestre de verdade, procure pelo inverso de minha descrição acima. Mas procure bem! Vai ter que andar sua cidade inteira com uma lanterna na mão.



Voltando ao arcano 17: A estrela maior no centro da lâmina é a quintessência. Por esta razão, esta carta faz correspondência com o grau de Companheiro da maçonaria. As montanhas ao fundo representam a perfeição, o final da Grande Obra.

A mulher nua é Isis-Urãnia, ou se você preferir, Astarte ou Vênus. Todas são as mesmas deusas e morada dela é Netzach. Ela representa a verdade, uma verdade serena,  sem disfarces e é por isso que ela está nua. Suas pernas formam um angulo de 90 graus. Noventa é o valor de Tzaddi na gematria("pescaram" ?). O peso de seu corpo descansa sobre seu pé esquerdo, representando os fatos e fardos da existência fisica. seu balanço é mantido pelo seu pé direito, imerso na água.  Cruzando este simbolismo com a meditação, temos que meditando damos a nosso caos mental e fluido um pouco de estabilidade, de rigidez, algo reto como um angulo de 90 graus. É a fixação do volátil.
A mulher derrama água através de dois vasos. Um deles cai fora da poça e se divide em 5 partes, representando a purificação dos cinco sentidos. O outro vaso derrama agua na poça, que provoca ondas circulares. É o efeito da meditação em nosso subconsciente.



Talvez esta seja a letra mais complexa das que apresentei até agora.

Caso tenham mais insigths a respeito da mesma, e de suas atribuições, fiquem a vontade para comentar, seja concordando, discordando ou inovando.





sábado, 2 de abril de 2016

Um dos meus livros está em promoção. Preço: gratis!

Um dos meus livros está sendo vendido por 0 reais na Amazon. Isso mesmo, de graça!

Para ler o livro não precisa ter o leitor Kindle: basta fazer o download do aplicativo Kindle, disponível para PC, IPhone e Android e ler em seu micro, notebook, celular, tablet, relógio, etc.

Só peço para quem baixar que avalie o mesmo! E pode ser sincero! Se gostar, diga(no site da Amazon) do que gostou e me dê 5 estrelas. Se não gostar, diga também do que não gostou e me dê uma estrela.

Toda critica é construtiva, menos aquelas feitas por preconceito, que tenho certeza de que não será o caso doss poucos porém fiéis leitores desse blog.

O livro ficará gratuito até o dia 5/4. Segue o link abaixo:

A Luz Para Seus Sonhos Virarem Realidade!